O Perdão.
terceiro capitulo
Depois daquele sonho na semana seguinte sonhei mais uma vez...e mais uma vez acho que foi uma visão.
Mais uma semana se passou e eu ainda cheia de Deus e confiante nos seus propósitos, firme com ele continuava minha jornada com paciência e sabedoria.
Em nenhum momento, depois daquele primeira experiencia tornei a contestar os designos de Deus, e cada vez mais passei a agradecer. Agradecer pelas GRAÇAS dadas a mim, todos os dias.Obrigada Senhor...muito obrigada!
Mais uma vez fui ao encontro da RCC. Aquele encontro pra mim é como uma boia que te faz submergir e te mantem a salvo na tempestade em alto mar. Encontrar com pessoas que te amam, sem saber porque, simplesmente te amam. Não te pedem nada em troca e se doam a você sempre que preciso.
Cada vez mais minha relação com Deus se fortalece. E não só a mim, como a minha filha, que faz questão de participar dos grupos de orações sempre junto comigo.
No grupo de oração do dia 27 de novembro, mais uma vez o Espirito Santo de Deus voltou a falar comigo.Dessa vez ele me dizia algo que eu jamais entenderia se não tivesse tão ligada a Deus. Mas mais uma vez ele repetia fortemente em minha cabeça: " Pede perdão ao teu pai e a teu sogro".
Confesso que jamais entenderia, nunca imaginaria tal pedido, eu não achava que devesse pedir perdão a meu pai, pois passei a minha vida toda certa de que ele era o errado. Foi ele quem me traiu,que colocou outras pessoas em meu lugar, deixou de me amar como eu merecia. Ele que matou um sentimento que eu tinha dentro de mim tão grande e tão bonito, porque foi viver o pecado e egoistamente não pensou em mim, em nós...aquele pedido de perdão seria certo?Seria eu que deveria pedir perdão? Mas sou obediente, e jamais contestaria uma ordem de Deus, então passei quatro dias pensando e procurando respostas para aquelas perguntas que há muitos anos eu me fazia.
Nunca maltratei meu pai, mas esses anos todos me mantive distante dele, por orgulho ferido, por acreditar que eu fosse sempre certa, por achar que o amor dele daquela maneira não me bastava. E ele nunca me destratou, nunca foi contra mim...sempre esteve do meu lado quando eu verdadeiramente precisei.
Lembro-me bem de um episodio, quando minha filha teve que ser operada pela segunda vez , por conta de uma apendicite que havia infectado, e que a nossa preocupação com a saúde dela era maior do que tudo, ele foi até o quarto onde eu a aguardava voltar do procedimento cirurgico, chorando, muito apreensiva, com muito medo do que pudesse acontecer a ela; ele segurou a minha mão e disse meio choroso também que tudo ia dar certo, que eu não tivesse medo. Mas a mágoa que eu carregava dentro de mim era tão grande, que mesmo naqueles momentos eu não via o amor dela por mim...por nós.
Então eu me despi de todo o orgulho que me impedia e fui procura-lo no dia 3 de dezembro de 2013.
Encontrei com ele em seu comércio, e quando cheguei lá pedi sua benção, coisa que não o fazia desde de criança. Ele me perguntou como eu estava e preocupado comigo foi logo me confortando, então eu peguei em sua mãos e quase sem voz fui dizendo: -Pai, eu não vim falar de mim; eu vim aqui te pedir perdão!
Perdão, por ter te julgado, por ter deixado que o orgulho falace mais alto que o meu amor.Perdão por ter deixado de viver tantas coisas boas ao seu lado, por não ter ouvido seus conselhos, por achar que não precisava de ti.
E nesse instante, ele já me pedia mais perdão do que eu a ele, nos abraçamos...num abraço tão forte e sincero como há muito não fazíamos. Aquela dor que me prendia foi se libertando e naquela hora nós dois eramos só o amor de Deus.
Saí de lá nova,limpa!
Então fui procurar meu sogro. Sabia que com ele as coisas também não seriam fáceis, pois faziam mais de dois anos que não nos falávamos. Embora eu não tivesse nada contra ele, havia tomado como minhas as dores do meu marido, que por muitas anos se desentendera com o pai, por orgulho mesmo.Então eu que nunca dava as costas ao meu marido ,não iria bater de frente com ele.Eu achava que eles poderiam viver em paz, desfrutando um da companhia do outro, se ajudando e se completando em harmonia e comunhão, mas como isso era muito difícil devido a personalidade forte dos dois, eles haviam brigado e não se falavam. E eu como não tinha força pra me impor a nada, nada fazia pra melhorar aquela situação; acho até que tomei a posição mais fácil ,me calar.
Chegando lá em seu consultório, sentada aguardando por ele, eu comecei a orar.Pedi ao Espirito Santo que colocasse em meu coração as palavras certas, e que eu pudesse transmitir todo o sentimento que havia me levado até ali.
Ele chegou e me chamou a entrar educadamente. Começou falando a sua opinião ao que estava acontecendo comigo, em nossa família, e eu deixei ele expor sua opinião a vontade. De repente eu peguei suas mãos e interrompendo sua fala, fui dizendo:- Doutor não estou aqui pra saber sua opinião, nem pra pedir por mim, vim aqui pedir perdão ao senhor.
Naquela hora, ele simplesmente travou, paralisou!! E eu continuei...Perdão por não ter agradecido tudo que fizeste por mim, pela minha filha, pelo teu filho. Perdão por ter me omitido diante de todas as coisas erradas, não ter falado, contestado.Perdão por ter feito se afastar de nós,por ter deixado que tanta coisa ruim fosse maior do que o amor de pai e filho...Perdão!!!
Aquele homem duro, fechado, não acreditava no que estava acontecendo. Ele relutou, mas seus olhos estavam cheios de lágrimas e suas mãos nas minhas, firmes, quentes.
Saí de lá leve, muito leve.
Izangela
obs: proxima postagem continuação.
adorei lindo amiga.
ResponderExcluirAndrea Soares.